GEOGRAFIA

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GEOGRAFIA é uma ciência que tem por objetivo o estudo da superfície terrestre e a distribuição espacial de fenômenos significativos na paisagem. Também estuda a relação recíproca entre o homem e o meio ambiente (Geografia Humana) (WIKIPÉDIA, 2020). Para alguns a Geografia também pode ser uma prática humana de conhecer onde se vive para compreender e planejar o espaço onde se vive. Um dos temas centrais da geografia é a relação homem-natureza. A natureza é entendida aqui como as forças que geraram ou contribuem para moldar o espaço geográfico, isto é, a dinâmica e interações que existem entre a atmosfera, litosfera, hidrosfera e biosfera. O homem é entendido como um organismo capaz de modificar consideravelmente as forças da natureza através da tecnologia (MORAES, 2007, p.47).

ETIMOLOGIA

“É identificada no latim geographĭa, com raiz no grego geōgraphía, composto pelo prefixo geō-, originado de , o que implica á TERRA, sendo usado em outras palavras que têm como ponto de referência essa parte do sistema solar: geologia (em grego geō- e -logía), geodinâmico (em latim geō- e no grego dynamikós por dýnamis) ou geométrico (do latim geometrĭcus, sobre o grego geōmetrikós), entre outros. A essa voz de origem helênica, é adicionado o termo grapho, que descreve tudo o que tem a ver com desenho ou GRAVAÇÃO. A partir dessa combinação, é obtida uma tradução literal que consiste no "DESENHO DA TERRA". Nesse cenário, é fundamental nas ciências naturais e sociais o estudo dos mapas que compõem o planeta a partir de suas diversas variantes.

 Para que seu entendimento seja o mais preciso possível, é necessário acrescentar que ele é afetado pelo sufixo -ia, usado para desenvolver substantivos de natureza diversa, e que marcam relacionamento com alguma coisa. Com o termo mencionado, grapho, ele molda sua compreensão linguística atual, e tem sua origem no Período Micênico da civilização grega que se desenvolveu entre os anos 200 e 1100 antes de Cristo, onde Eratóstenes e Heródoto foram os primeiros historiadores que a utilizarem. No entanto, foi Alexandre de Humboldt que entrou na história como fundador da geografia moderna. (ETIMOLOGIA, 2020)

 

A IMPORTÂNCIA DA GEOGRAFIA

Devido ao seu estudo do ambiente humano imediato, a geografia é uma ciência socialmente muito importante. O mundo moderno está trazendo cada vez mais intervenções humanas no ambiente geográfico, especialmente devido ao desenvolvimento econômico; como a geografia examina a interconexão e a importância dos fatores que moldam o espaço, é indispensável para estudar o impacto das intervenções humanas cada vez mais em grande escala no ambiente natural. Como resultado, é de suma importância em vários tipos de planejamento econômico e espacial. Nesse sentido, nos anos sessenta do século XX ocorreram as ciências individuais especializadas, como a "ciência regional" (Ciência Regional) nos Estados Unidos ou "Raumforschung" (exploração espacial) na Alemanha.

Além disso, a geografia é hoje um elemento educacional visível que proporciona um melhor conhecimento do mundo em vários aspectos e, assim, uma compreensão de outras civilizações e o consequente potencial de coexistência. Sua ampla gama de assuntos permite o conhecimento da economia global , das condições políticas e do estado do ambiente natural e social.

HISTÓRIA GEOGRAFIA

A história da geografia começa no período pré-antigo. Desde então até hoje, os eventos no campo das ciências geográficas foram variados, mas até o século 19 ele se limitou principalmente à descoberta e inventário de territórios desconhecidos ou à descrição de paisagens e cartografia .

Os antigos gregos foram os primeiros a desenvolver sistematicamente a geografia como ciência científica. Os representantes mais proeminentes são Tales de Mileto, Heródoto, Eratóstenes , Hiparco , Aristóteles , Estrabão e Cláudio Ptolomeu . A cartografia romana das terras recém-conquistadas adicionou muitas novas técnicas.

Na Idade Média , pensadores árabes , estudiosos, viajantes e pesquisadores como al-Idrizi , Ibn Batuta e Ibn Haldun atualizaram o conhecimento grego e romano. Com as viagens de Marco Polo , o interesse pela geografia na Europa aumentou. A necessidade ainda maior de uma base teórica sólida foi provocada por grandes descobertas nos séculos XVI e XVII .

ONTOLOGIA

Há muitas interpretações do que seria o objeto geográfico. Ratzel afirma que a Geografia estuda as "relações recíprocas entre sociedade e meio, entre a vida e o palco de seus acontecimentos". Filósofos que buscaram criar uma ontologia marxista, como Georg Lukács, influenciaram a construção de um modelo de análise do objeto da Geografia. Milton Santos se debruçou sobre a construção de um modelo ontológico, explicitado na análise dialética do movimento da "totalidade para o lugar".

Uma afirmação comum é de que Há tantas geografias quanto forem os geógrafos. Apesar de as múltiplas possibilidades de orientações teórico-metodológicas caminharem em direções diferentes, deve-se respeitar a caracterização da Ciência Geográfica e as formulações acerca de seu objeto.

Cabe ainda afirmar que a distinção entre Geografia Humana e Geografia Física se refere aos ramos da Ciência Geográfica, pois as Geograficidades não apresentam essa fragmentação, decorrente exclusivamente da construção do conhecimento sobre a realidade.

De qualquer forma a ciência deve dar conta de questionar a relação dialética do homem com a natureza, é impossível analisar o "meio natural" sem entender a relação que tem com o homem e da mesma forma é impossível analisar o "meio social" sem compreender as determinações que vem da relação que tem com a natureza. Há ainda discussões entre a Geografia técnica e a Geografia escolar, porém ambas as parte do conhecimento científico apurado através do questionamento da razão, ou seja, "advém" da filosofia grega.

PRINCÍPIOS BÁSICOS

O estudo da geografia compreende quatro linhas de investigação principais: São elas:

·         a localização de acidentes geográficos, localidades e povos;

·         a descrição das diversas partes do mundo e o estudo das diferenças existentes entre elas;

·         a explicação da origem dos diferentes acidentes geográficos do globo terrestre;

·         o estabelecimentos de relações espaciais entre os acidentes e regiões.

LOCALIZAÇÃO

Uma das principais tarefas da geografia é dizer onde se situam as diferentes localidades do mundo e interpretar as vantagens e as desvantagens da localização. Assim que o homem começou a se afastar dos limites da sua casa, precisou medir as distâncias e registrar essas medidas. Começou a desenhar mapas grosseiros para mostrar as distâncias e as direções. No século XV, quando começou a grande era das explorações, mais que nunca foram necessários cartógrafos (desenhistas de mapa) para registrar as descobertas dos novos continentes e oceanos.

Os mapas não apenas mostram onde se localiza um lugar, mas também fornecem sua posição com relação a outros lugares (Veja: mapa).

DESCRIÇÃO DOS LUGARES

Nem todas as pessoas se satisfazem em conhecer apenas a localização de um ponto da Terra, como Paris, São Paulo, a África ou o Ártico. Querem saber que tipo de ambiente a natureza oferece na região, e o que as pessoas já fizeram aí. Querem saber como os habitantes utilizaram a terra, que tipo de casas construíram, como e onde construíram estradas, como são afinal eles próprios. Querem saber em que aspectos a região se assemelha e difere de outros lugares, e o que significam essas semelhanças e diferenças. Em outros tempos, os viajantes relatavam essas informações de viva voz. Hoje, as pessoas complementam esses relatórios com dados escritos, fotos tiradas do solo ou das alturas, e com mapas preparados com equipamentos de precisão extremamente eficazes.

MUDANÇAS NA FACE DA TERRA

Quase todo mundo já viu exemplos de mudança na superfície da Terra. Algumas mudanças são feitas pelo homem, como por exemplo, a eliminação de uma favela ou a alteração do curso de um rio. Essas mudanças são em geral muito mais rápidas que as provocadas na natureza, como por exemplo a formação de uma grande garganta pela ação da erosão, que dura milhões de anos.

Muitas perguntas ocorrem aos geógrafos quando examinam as mudanças sofridas pela Terra. Querem saber como os acidentes geográficos surgiram no lugar onde estão hoje. Querem saber como o homem modificou a superfície da Terra enquanto nela viveu. Querem descobrir a face da Terra no passado, e por que as cidades se desenvolveram onde estão hoje. Os geógrafos também pretendem descobrir por que certas áreas do mundo são mais densamente povoadas que outras.

RELAÇÕES ESPACIAIS

As relações espaciais interessam tanto aos geógrafos quanto aos astrônomos. Os astrônomos estudam principalmente as relações entre os planetas, as estrelas e outros corpos celestes. Os geógrafos limitam seu estudo às relações espaciais entre os pontos da Terra. Por exemplo, estudam como crescimento de uma cidade dependeu de um rio, e como a água do rio foi afetada pela cidade. Os geógrafos encaram os seres humanos em suas relações espaciais, assim como os historiadores vêm a vida humana em suas relações temporais.

Os geógrafos sempre procuraram saber como os seres humanos se relacionam com o globo terrestre. As condições naturais podem limitar as possibilidades de um homem, como no deserto, ou oferecer ótimas possibilidades de vida, como num vale fértil. As variações de tempo, as erupções vulcânicas e outras mudanças na natureza podem afetar atividades diárias das pessoas. Além disso, as próprias pessoas são fator importante das mudanças geográficas. Elas queimam florestas, escavam ou represam os leitos dos rios e provocam a erosão do solo. Os esforços para compensar os danos resultantes dessas alterações são parte importante dos movimentos de conservação da natureza.

Os geógrafos também estudam as ligações entre vários elementos. Por exemplo, podem investigar de que maneira as populações do Nordeste brasileiro dependem das chuvas, ou qual a relação entre o clima e o solo na África tropical.

(Ver: História do pensamento geográfico)

EPISTEMOLOGIA

A Geografia como ciência surge sob forte influência do Positivismo Lógico. E essa condição se expressa em grande parte nos estudos de geografia até hoje. Entretanto, a Ciência evoluiu e transformou as suas orientações teórico-metodológicas.

Sobre a sua epistemologia, é proverbial ressaltar um problema não só da geografia, como também de todas as ciências ambientais: Os recursos metodológicos utilizados na verificação dos postulados ou estudos geográficos são oriundos aos primeiros passos do naturalismo (Humboldt e Ritter).

É fácil concluir que em detrimento de diversas mudanças na temática ambiental, as ciências ambientais não poderiam utilizar recursos verificatórios de um lapso cronológico em que a vertente ambiental não provia atenção alguma da mídia e menos ainda dos poderes políticos, que enxergavam apenas o fortalecimento de suas economias em função de uma interminável exploração e esgotamento dos recursos naturais. Então, é extremamente necessário pensar em uma nova epistemologia, não só para geografia, mas para as demais ciências autodenominadas "ambientais".

Com o surgimento da discussão a respeito de um estatuto próprio para as Ciências Humanas, a Geografia sente a necessidade de revisar sua epistemologia. Os críticos do positivismo, sob influência do Historicismo de Hegel e Dilthey, afirmavam ser impossível manter a objetividade e a neutralidade do conhecimento científico. Um exemplo claro é a ideia de Incomensurabilidade do Conhecimento, de Thomas Kuhn, na qual afirma a impossibilidade de separar os conceitos e juízos de valor do conhecimento dito neutro.

Ainda no contexto do embate historicismo x positivismo surgem dois grandes nomes da Geografia: Friedrich Ratzel e Vidal de La Blache. O primeiro, influenciado por Ritter e Haeckel, notabilizou-se pelos estudos de Geografia Política e de alguma forma ajudou a consolidar a Geografia de Estado. Já o outro, empirista, trabalhou principalmente sobre o conceito de Gênero de Vida e afastou a Geografia das relações com a sociologia, então representada pela morfologia social de Émile Durkheim. Essa condição é exemplificada na famosa definição: Geografia é a ciência dos lugares e não dos Homens. La Blache e Ratzel representavam respectivamente as escolas Francesa e Alemã em uma época em que as universidades se fecharam em seus próprios países criando escolas nacionais. Lucien Febvre, historiador francês, em seu livro A Terra e Evolução do Homem, criou uma imagem reducionista deste conflito teórico-ideológico, através da criação dos conceitos de escolas geográficas: Determinismo e Possibilismo. Essa consideração reducionista contribuiu para criar imagens errôneas sobre os dois autores, e por muito tempo Ratzel foi entendido como simples determinista geográfico e La Blache como um simples possibilista geográfico. Hoje essa concepção foi superada e o recorte abstrato de Febvre foi relativizado, na medida em que nenhum dos dois Geógrafos enquadrava-se completamente nas escolas a eles atribuídas.

Durante a renovação pragmática nos EUA, surgiu uma corrente chamada Geografia Teorética, na qual os métodos quantitativos geográficos agem com métodos numéricos peculiares para (ou pelo menos é muito comum) a geografia. Por consequência à análise do espaço, provavelmente encontrará temas como a análise de rácios, análise discriminatória, e não – paramétrica e testes estatísticos nos estudos geográficos. Um expoente dessa corrente no Brasil foi Antonio Christofoletti, co-fundador da Revista de Geografia Teorética.

Sob a influência da Fenomenologia de Husserl e Merleau-Ponty foram desenvolvidos estudos de Geografia da Percepção, que valorizam a construção subjetiva da noção de espaço perceptivo. Inter-relações com a psicologia de massas e psicanálise, entre outras áreas, garantiram uma multidisciplinalidade desses estudos na (re)construção de conceitos como horizonte geográfico, (percepção do) lugar, sociabilidade e percepção do espaço, espaço esquizoide, entre outros. Alguns textos de Armando Corrêa da Silva fazem referência à Geografia da Percepção. Cabe também ressaltar que a influência da fenomenologia foi importante para o desenvolvimento da Geografia Humanista.

No final da década de 1970 iniciou-se um movimento de renovação crítica da Geografia humana, marcado no Brasil pelo encontro nacional de Geógrafos em 1978 no Ceará. Esse movimento acompanhou a inserção do marxismo como base teórica do discurso geográfico humano e assimilou um arcabouço conceitual do marxismo na construção de teorias sobre a (re)produção do espaço e a formações sócio-espaciais.

No Brasil, um representante dessa corrente, conhecida como Geocrítica ou Geografia Crítica, foi Milton Santos. O geógrafo Armando Corrêa da Silva escreveu alguns artigos sobre as possíveis limitações que uma adesão cega a essa corrente pode causar.

Na Itália, Massimo Quaini foi o principal autor a escrever sobre a relação entre a corrente marxista e a Ciência Geográfica.

O principal veículo de divulgação da Renovação Crítica da Geografia humana foi a Revista Antipode, criada em agosto de 1968 nos Estados Unidos, sob a direção editorial de Richard Peet, então professor na University of British Columbia. O primeiro artigo da Revista justificava seu subtítulo – A Radical Jornal Of Geography – escrito por David Stea, "Positions, Purposes, Pragmatics: A Journal Of Radical Geography", introduzia no mundo acadêmico uma publicação que viria a ter muita importância para discussões no âmbito da ciência geográfica.

Antipode já contou a com a participação de Geógrafos como Milton Santos e David Harvey, que até hoje é um dos colaboradores, além de um grupo de cientistas do mundo todo: EUA, Canadá, Japão, Índia, Inglaterra, Espanha, África do Sul, Holanda, Suíça, Quênia, coordenados sob a editoração de Noel Castree da Universidade de Manchester (Inglaterra) e Melissa Wright da Universidade da Pensilvânia (EUA)

 RAMOS DA GEOGRAFIA

Geografia física

Ver página: Geografia física

A geografia física (ou fisiografia) se foca na geografia dentro das Ciências da Terra. Tem como objetivo entender a litosfera, hidrosfera, atmosfera, pedosfera, e os padrões da fauna e flora global (biosfera). A Geografia física pode ser dividida nas seguintes categorias :

·         Biogeografia

·         Climatologia & paleoclimatologia

·         Geografia litorânea

·         Geografia ambiental & Gestão ambiental

·         Geodésia & Topografia

·         Geomorfologia

·         Glaciologia

·         Hidrologia & Hidrografia

·         Ecologia de paisagem

·         Oceanografia

·         Pedologia

·         Paleogeografia

Geografia humana

Ver página: Geografia humana

A geografia humana (ou sociografia) é o ramo da geografia que estuda os padrões e processos que formam a interação humana com os vários ambientes. Ela envolve os aspectos humanos, políticos, culturais, sociais e econômicos. Apesar do foco principal da geografia humana não ser a paisagem física da Terra (ver geografia física), dificilmente é possível discutir a geografia humana sem se referir à paisagem física onde as atividades humanas acontecem, e assim a geografia ambiental emerge como um link entre estes dois ramos da geografia. A geografia humana pode ser dividida em muitas categorias, como por exemplo:

·         Geografia cultural

·         Geografia do desenvolvimento

·         Geografia econômica

·         Geografia da saúde

·         Geografia histórica & temporal

·         Geografia política

·         Geopolítica                    

·         Geog. populacional ou Demografia

·         Geografia da religião

·         Geografia social

·         Geografia do transporte

·         Geografia turística

·         Geografia urbana

·         Geografia; Reforma agrária

·         Geografia comportamental

·         Geografia feminista

·         Teoria cultural

·         Geosofia

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ETIMOLOGIA ORIGEM DO CONCEITO, Etimologia De Geografia Autor: Equipe Editorial. Ano: 2020. Disponível em: https://etimologia.com.br/geografia/. Acessado em: 25 de agosto de 2020.

MORAES, Antônio Carlos Robert de. Geografia: Pequena História Crítica. Resumo. Disponível em: https://pt.slideshare.net/gidecelle/geografia-pequena-historia-critica-antonio-carlos-robert-moraes  Consultado em 29 de julho de 2015.

WIKIPÉDIA, Geografia, Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Geografia, Atualizado em: 02h52min de 1 de julho de 2020‎. Acessado em: 25 de agosto de 2020.

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SOCIEDADES CIENTÍFICAS

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